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Paulo Renato P. Porto
Os resultados da pesquisa Confederação Nacional da Indústria (CNI)/Ibope, divulgados na última sexta-feira, comprovam que a péssima avaliação do governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), pode prejudicar o desempenho eleitoral da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), no Rio de Janeiro. O estado está entre os quatro nos quais Dilma apresentou pior avaliação dos eleitores consultados - em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, apenas 38% consideram o governo da presidente ótimo ou bom - contra 43% da média nacional. Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta Sérgio Cabral como o terceiro governador com pior desempenho em todo o país: 47% consideram seu governo ruim ou péssimo.
O Jornal do Brasil (JB) on line publicou ontem um editorial em que analisa "estar claro que Cabral prejudica Dilma, e que é fundamental que a presidenta tenha mais palanques no Rio de Janeiro".
Na análise política do JB, "com as dificuldades que o PT encontra em São Paulo e com a votação maciça que Aécio Neves (senador do PSDB) poderá ter em Minas Gerais, se o PT não se preocupar com o Rio de Janeiro, poderá acontecer grandes acidentes na eleição de Dilma".
O veículo eletrônico reforça ainda sua avaliação ao destacar que na eleição de 1998 Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dinamizou sua campanha presidencial chamando Leonel Brizola (PDT) para ser seu vice.
A opinião do editorial é ilustrada ainda com a lembrança de que o mesmo Brizola foi decisivo para Anthony Garotinho se eleger governador naquele ano, e o mesmo Brizola ganhou por duas vezes as eleições no Rio de Janeiro, apesar de toda campanha contrária da grande mídia. "Hoje, o Rio não tem um Brizola para repetir estes episódios. São fundamentais nos palanques do PT Garotinho, Crivella e quantos forem necessários para que um prejuízo no Rio não afete o resultado final", concluiu.
Manifestações pelo páis afora
A situação de Cabral agravou-se ainda mais nas manifestações de junho deste ano. O governador passou a simbolizar o que de pior havia na política brasileira, o que refletiu nos protestos realizados no Rio de Janeiro e até em outros estados. Enquanto no restante do país houve um arrefecimento da movimentação nas ruas, na capital fluminense as manifestações continuaram com quebra-quebra e intensa repressão policial, enquanto outro grupo de manifestantes acampava em frente ao prédio onde mora o peemedebista, no bairro do Leblon, zona sul da capital. Agora, toda essa revolta canalizada nas ruas refletiu nas últimas pesquisas. Cabral foi apontado como o terceiro pior governador do País, em levantamento publicado na sexta-feira última pelo Ibope/CNI.
Queda brutal após denúncias
O inferno astral de Sérgio Cabral começou com a sucessão de escândalos que marcaram seu governo, com denúncias de corrupção, mais flagrantes nas áreas da Saúde e dos Transportes.
A relação do governador com empresários que mantêm negócios no governo, sobretudo Fernando Cavendish e Eike Batista, numa flagrante mistura do público com o privado, e depois a publicação das indecorosas fotos de Cabral com alguns de seus secretários e empresários nas noitadas em boates luxuosas de Paris, na França, com direito a uma dança semelhante à da "boquinha da garrafa" contribuíram para que a imagem e a credibilidade do governador sofresse queda brutal junto à opinião pública.
Os escândalos em série foram denunciados pelo ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) em seu blog, que escancarou ainda os passeios de Cabral (de lancha ou helicóptero) a caminho de sua mansão em Mangaratiba, cujo valor de mercado é incompatível com seus vencimentos. Some-se ainda as relações do escritório de sua mulher, Adriana Anselmo, com concessionárias de serviços públicos sob controle do Governo do Estado.
fonte o diario
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